Transtorno do espectro autista (TEA)
O que é autismo
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento, que apresenta como características essenciais do transtorno, o prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Esses sintomas estão presentes desde o início da infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário. O estágio em que o prejuízo funcional fica evidente irá variar de acordo com características do indivíduo e seu ambiente.
Características diagnósticas nucleares estão evidentes no período do desenvolvimento, mas intervenções, compensações e apoio atual podem mascarar as dificuldades, pelo menos em alguns contextos. Manifestações do transtorno também variam muito dependendo da gravidade da condição autista, do nível de desenvolvimento e da idade cronológica; daí o uso do termo espectro.
O transtorno do espectro autista engloba transtornos antes chamados de autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger.
Sintomas
Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior no sexo masculino.
A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade mais precoce possível, pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral.
Alguns dos principais sinais e sintomas que caracterizam o autismo incluem:
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Dificuldade na interação social, mantendo pouco contato visual (não fixa o olhar), expressão facial ou gestos, ter dificuldade em fazer amigos, e em expressar ideias e emoções.
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Prejuízo na comunicação, como ter dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, compreender o ponto de vista de outras pessoas, entender figuras de linguagem, humor ou sarcasmo, manter um tom de voz monótona (parecendo um robô), ou deixar de responder ou demorar a responder quando chamado.
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Alterações comportamentais, como não saber brincar de faz de conta, ficar aborrecido com pequenas mudanças nos hábitos ou ter muito interesse por algo muito específico, como a asa de um avião ou números.
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Comportamentos repetitivos, como ficar muito tempo sentado balançando o corpo para frente e para trás e repetir várias vezes algumas palavras ou frases.
Além disso, pessoas com autismo também podem ter dificuldade para dormir e apresentar nervosismo ou agitação frequente. Estes sinais podem ser tão leves que algumas vezes acabam passando despercebidos, mas também podem ser moderados a graves, interferindo no comportamento e na comunicação.
Diagnóstico
O autismo é um modo diferente de se expressar e reagir, que, apesar de não ter cura, não se agrava com o avanço da idade. No entanto, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhores serão a qualidade de vida e a autonomia da pessoa.
O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhor será a qualidade de vida e a autonomia do paciente.
Tratamento
Um dos maiores problemas enfrentados no tratamento do autismo se refere a demora no encaminhamento do paciente, de modo que, quando acontece, os sintomas podem estar consolidados dificultando a intervenção do terapeuta. Geralmente os pais buscam ajuda quando os filhos já estão frequentando a escola.
Ressalta-se que o tratamento oportuno com estimulação precoce deve ser preconizado em qualquer caso de suspeita de TEA ou desenvolvimento atípico da criança, independentemente de confirmação diagnóstica.
O tratamento do autismo deve ser multiprofissional (médico, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagoga). Alguns sintomas do autismo, como irritabilidade, insônia e também desatenção, podem ser tratados com o uso de medicamentos para controle dos sintomas.
