Transtorno de personalidade Borderline em adolescentes
- elianeboschetti
- 30 de jul. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de ago. de 2022

A característica essencial do transtorno da personalidade borderline é um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem, de afetos e de impulsividade acentuada que surge na adolescência ou no começo da vida adulta. Esse transtorno é diagnosticado predominantemente (cerca de 75%) em indivíduos do sexo feminino.
Como se faz o diagnóstico?
O indivíduo vai apresentar instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem, dos afetos e de impulsividade que surgem na adolescência ou no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado (sente-se abandonado, sozinho).
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizados pela alternância entre extremos - OU TE AMO OU TE ODEIO, ou seja, referem-se a tendência que essas pessoas tem de desenvolver relacionamentos intensos com as outras pessoas, de modo que o outro (seja um amigo, conhecido, parente, namorado, etc) ora é percebido de maneira idealizada ( “ele é tudo pra mim, ele é perfeito, só tem qualidades”), ora é tido como alguém totalmente sem valor (“ele é péssimo, ridículo, não vale nada”).
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo (sente-se feio, sem graça, um nada).
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (ex: gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão alimentar).
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante (se cortar). Pode escrever cartas de despedida ou falando de seus sentimentos, inclusive enviar para amigos ou publicar na internet.
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (ex: mudança repentina no estado de ânimo, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias).
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (ex: episódios frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes).
9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos – em casos mais graves.
O que leva uma pessoa a desenvolver esse transtorno?
As causas do Transtorno de Personalidade Borderline estão ligadas, geralmente, a situações traumáticas durante a infância. Alguns fatores que levam ao desenvolvimento do transtorno podem ser a predisposição genética, experiências como enfrentar doenças graves ou a morte de entes queridos, situações de abuso ou negligência, e também instabilidade familiar.
Diagnóstico e tratamento
O psiquiatra da infância e adolescência é o profissional que tem um maior conhecimento para auxiliar na melhora de problemas como ansiedade, depressão, borderline, déficit de atenção e hiperatividade, atrasos do desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem em crianças e adolescentes.
Sabe-se que muitos dos problemas tratados em adultos iniciam na infância ou adolescência, sendo essencial a sua atenção nesta fase da vida.
O diagnóstico é feito através da descrição do comportamento pelo próprio paciente para o profissional, que irá analisar os fatores recorrentes na vida do indivíduo de acordo com o conhecimento sobre os vários tipos de transtornos de personalidade existentes.
O tratamento primeira linha para o Transtorno de Personalidade Borderline é a psicoterapia. Em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos para o controle dos sintomas impulsivos e de humor. Com a psicoterapia, mudanças gradativas são percebidas na vida do paciente, que começa a controlar melhor as suas emoções negativas e os gatilhos que elas proporcionam. É importante que o paciente confie em seu terapeuta e se sinta confortável para se abrir com ele.
Não gostaria que meu filho(a) tomasse medicações
Talvez a primeira palavra que nos vem à mente quando se fala em psiquiatra é medicação. Nem todos os casos vão necessitá-las. As medicações são usadas em casos que outros tratamentos não tem eficácia significativa ou quando os sintomas são graves o suficiente para necessitar de uma melhora mais rápida. As medicações são feitas para ajudar o paciente e jamais para colocar seu filho em risco.
Ainda com dúvidas? Agende a sua consulta com a Dra. Eliane Boschetti.




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